terça-feira, 25 de maio de 2010

PHOTOSHOP, UMA VISÃO POÉTICA



Há mais de quarenta mil anos temos notícias da necessidade inerente ao homem de produzir registros pictóricos. Exemplos deles foram e até hoje são encontrados nas paredes de cavernas ou ao ar livre em lugares protegidos.

Ao longo da História encontramos os registros pictóricos em monumentos e utensílos de pedras, cerâmicas, armas, ossos e metal.

O desejo de expressão através do que convencionou-se chamar de arte (do latim ars,artis = "maneira de agir") marcou importante registro histórico da maneira de viver e agir dos nossos ancestrais.

Pois bem, também nós estamos marcando a história com os nossos registros pictóricos que, com certeza serão objeto de estudo e admiração pelos nossos descendentes anos à frente.

Depois de couros e tecidos esticados beijados por pinceladas coloridas, ou não, assumindo formas abstratas ou concretas chegamos à era digital onde, com a mesma habilidade de manuseio dos pincéis, manuseamos o mouse em áreas de trabalho de aplicativos criados para alterarmos a natureza ou até mesmo recriá-la.

Assim foi que, em 1987, os irmãos Thomas e John Knoll iniciaram o desenvolvimento do Photoshop cuja versão 1.0 foi lançada pela Adobe em 1990. O programa era destinado desde o inicío como ferramenta de manipulação de imagens provenientes de digitalizadores, que eram raros e dispendiosos naquela época.

O aplicativo, destinado originalmente aos profissionais da área, populariza-se e chega a um incontável número de lares e pessoas com amor às artes pictóricas, muitas vezes sem o objetivo comercial mas sim pelo simples prazer de produzir imagens ou alterá-las, cumprindo aquele impulso primário de registrar as suas impressões sobre o mundo que as cerca, assim como fizeram aqueles moradores das cavernas.

Caracterizado, inicialmente nas primeiras versões, pela logomarca de um olho, fazendo referência ao conceito de visão e imagem, trouxe, nas penúltimas versões, a logomarca de penas estilizadas remetendo-nos à escrita e pintura com penas de aves. Já nas versões últimas as penas foram substituídas por um quadrado com as letra "PS" ao centro adaptando-se à realidade capitalista e consumista dos nossos dias, abandonando a visão poética e romântica dos amantes das artes.

O softwear pode ter assumido uma postura e apresentação comercial porém, a alma de muitos dos seus adeptos não foi tocada, continua poética e romântica. Duas ou mais luas podem estar presentes no mesmo céu. Rastros de estrelas podem circundar imponentes árvores. Gentis e encantadoras figuras femininas podem assumir mágicas posturas de seres imaginários aos quais se atribui poder mágico de influir no destino das pessoas. Imaginários seres mitológicos frequentam ambientes modernos dividindo espaço com seres futuristas, igualmente imaginários. Enfim, a cada nova versão, independentemente das logomarcas que as acompanham, o Photoshop continua sendo uma ferramenta produtora de arte, magia e poesia.